O Coaching é hoje um tema de interesse para todos os que valorizam o desenvolvimento de pessoas e equipas. É simultaneamente, um tema que é constantemente alvo de deturpações. Conforme o conhecemos hoje, teve a sua origem sustentada no livro “The Inner Game of Tenis” de Timothy Gallwey. Um tenista e um treinador americano. O objetivo era inovar: na abordagem ao desenvolvimento dos seus atletas, na forma como lidavam com os erros e como conseguiam mobilizar a sua motivação.
Naturalmente que nos dias de hoje, o Coaching proliferou-se nas principais áreas da nossa vida pessoal:
Coaching de Vida
Coaching Educacional
Coaching Executivo
Coaching Desportivo
Algumas destas especialidades não são mais do que variações de metodologias de intervenção já previamente conhecidas e aplicadas. Tornaram-se mais populares e comerciais adotando um novo “naming”.
Consciencialização e compromisso
Quando falamos em áreas de atuação, como a chefia de um departamento numa empresa, o treino de uma equipa desportiva ou o exercício da parentalidade, é possível encontrar boas práticas de Coaching. Estas, são naturalmente aplicadas, desde que tenham um objetivo: promover no(s) outro(s) a consciencialização e o compromisso.
E como se consegue isso?
Com novas abordagens, novas ferramentas e um princípio de atuação: a pessoa mais importante num processo de Coaching é o Coachee (colaborador, jogador, filho) e não o Coach (Líder, Treinador, Pai/Mãe).
Pensemos na nossa experiência: quantas vezes no trabalho, sabíamos como se poderia resolver uma determinada situação e, quem liderava, nem deu oportunidade de apresentarmos a nossa ideia? O mesmo princípio em relação às outras áreas: quantas vezes entramos em campo para suar pelas ideias dos outros que não estavam enquadradas na realidade? Quantas vezes um filho faz uma determinada tarefa sem saber para que serve ou porque deve ser feita, mas simplesmente porque os pais ordenaram? São exemplos clássicos de falta de consciencialização e compromisso.
Perguntar mais, ouvir melhor
De todos os princípios do Coaching, talvez este seja o mais essencial: Perguntar mais, ouvir melhor! Utilizam-se perguntas que põe o Coachee a pensar, a refletir sobre os seus objetivos, as suas valências, as suas limitações e as suas opções de atuação. Isto requer uma boa capacidade de escuta da parte do Coach, para interagir com as perguntas certas nos momentos certos. Desta forma, o Coachee chega às suas próprias conclusões, que são mais fortes a nível racional (percebe o que ainda não tinha percebido) e emocional (vêm de dentro de si mesmo).
Liderar, treinar, ensinar, educar com recurso ao Coaching não significa que se sabe menos porque se pergunta mais ou que se é menos competente porque a pessoa mais importante é o Coachee. Bem pelo contrário! Como se encontra escrito no livro que deu origem ao Coaching:
“It does not mean not to think—but to be the one who directs your own thinking.”
Isto não significa não pensar – mas sim que a pessoa dirige o seu próprio pensamento. A isso chama-se consciencialização e quando são as próprias pessoas a consciencializar-se de onde estão, para onde vão e como podem lá chegar, agem com compromisso – mudam comportamentos, superam adversidades e atingem resultados!
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